segunda-feira, 28 de maio de 2012

HINO CAMPANHA FRATERNIDADE 2012 E ESPERA POR CONSULTA

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publicado em 10/08/2010 às 17h01:

Espera por consulta médica é a
maior queixa dos brasileiros

Na região Norte, quase 70% das pessoas dizem que tempo na fila é demorado
Diego Junqueira, do R7

Fila espera SUSJosé Patrício/27.03.2006/AE
Fila para retirada de remédios de alto custo em posto do SUS (Sistema Único de Saúde) em SP
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Enfrentar fila para ser atendido em um serviço de saúde é a principal queixa dos brasileiros, tanto nas instituições privadas quanto nas públicas. O IVH (Índice de Valores Humanos), relatório apresentado nesta terça-feira (10) pelo Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) mostra que, em todas as regiões do país, esse fator é o responsável pelas situações mais desagradáveis quando se precisa de atendimento médico. O IVH mede as experiências vividas pelos brasileiros em três grandes áreas: saúde, educação e trabalho. Dentre elas, a saúde foi escolhida como o serviço que mais preocupa os brasileiros. Em todo o Brasil, enquanto o IVH do trabalho foi medido em 0,79 e o IVH de educação ficou em 0,54, o IVH de saúde foi de 0,45.
A região Norte registrou o índice de saúde mais baixo, de 0,31, e o Sudeste o nível mais alto (0,51). Nas duas regiões, a espera por atendimento foi considerada “demorada” pela maioria dos entrevistados. Enquanto no Norte 67% da população diz que espera demais para receber atendimento médico, no Sudeste esse valor é de 43%.
O tópico que registra as maiores diferenças entre as duas regiões é a linguagem utilizada pela equipe médica. No Sudeste, 75% das pessoas na região afirmam que os termos usados pelos profissionais de saúde são “fáceis” ou de “razoável compreensão”. Já na região Norte esse valor cai quase pela metade: apenas 38%. A maioria (45%) considera que a equipe médica fala de um modo muito difícil de compreender pelos pacientes.
Para o economista-chefe do Pnud Brasil e coordenador do Relatório de Desenvolvimento Humano Brasileiro 2009/2010, Flávio Comim, esses números indicam que falta mais respeito aos pacientes no atendimento médico no Brasil.
- Precisa humanizar a saúde, trazer respeito, tornar o aparato mais humano.
Essa opinião é compartilhada pelo médico pneumologista José Antonio Cordero, membro do Cremepa (Conselho Regional de Medicina do Pará). Na região Norte, onde os números indicam um cenário mais grave, Cordero confirma que a espera por atendimento é maior do que deveria ser. No entanto, diz ele, isso não ocorre por falta de médicos.
- Não faltam médicos, mas sim uma política de gestão de pessoas, planejamento estratégico e valorização do trabalho de todos os profissionais de saúde. Um consultório médico precisa ter pelo menos as mesmas condições de conforto que uma agência do Banco do Brasil, com banheiros limpos.
Cordero conta que, durante uma viagem no interior do Pará, visitou uma cidade onde não havia água no posto de saúde para que os médicos lavassem as mãos. Além disso, o tempo de espera por atendimento para algumas especialidades mais complexas tende a ser ainda maior, segundo o pneumologista.
- No Brasil, todo mundo quer cirurgião plástico, dermatologista ou radiologista, porque são especialidades que têm estímulo financeiro. Em pediatria, sobram vagas em residência médica, devido à péssima remuneração e à baixa valorização. Quanto à comunicação entre médicos e paciente, Cordero afirma que muitos profissionais não estão preparados para atender adequadamente as pessoas.
- Os médicos têm que entender que trabalham numa área de humanização, e que precisam praticar a linguagem dos pacientes. Nesse aspecto, os médicos estão pecando.

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